sábado, 27 de novembro de 2010

Fonte - 3- Clipe da Musica a Triste Partida - Composição: Patativa do Assaré.

Fonte - 3- Vídeo da Musica a Triste Partida - Composição: Patativa do Assaré.





TRISTE PARTIDA, DE PATATIVA DO ASSARÉ
Em que pese à distância entre ciência e arte, dos diversos pontos de vista da linguagem, do método de construção dos objetos, existem aproximações possíveis. O fenômeno da mobilidade espacial forçada dos camponeses no Brasil antecede e atravessa toda a história do país. Se considerarmos a chegada dos diversos grupos internacionais que contribuíram na composição da população brasileira, originados em todos os continentes do planeta, este país é caudatário de contingente heterogêneo embora tendo por bases comuns a língua portuguesa que é obrigado a aprender e a freqüente migração que se estabelece como estratégia de sobrevivência. Se tomarmos a história do país, ela mesma, desde os tempos coloniais, esta mobilidade continua sendo o dinâmico presente seja pela pressão sobre os povos indígenas, seja sobre camponeses instalados pela posse precária e sempre mal reconhecidos nas instâncias jurídicas do país.¹ A seca é um dos temas recorrentes na literatura sobre o desenvolvimento do país, objeto de trabalhos acadêmicos de monta, refletindo-se igualmente nas manifestações artísticas de todas as modalidades. Escolhemos, para abordagem neste texto, uma poesia de PATATIVA DO ASSARÉ[1], poeta popular nordestino, e sua descrição de uma retirada estratégica de um grupo familiar camponês, mudando de lugar e de atividade profissional. O enfoque, porém, que privilegiamos neste texto, é o das perdas que se provocam nos planos tanto físico quanto imaterial de uma família sujeita ao sinistro climático e social.


[1] ASSARÉ, Patativa do. Cante lá eu que eu canto cá. Petrópolis, Vozes, 1978.

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